terça-feira, março 19, 2024
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Agropecuária deve manter crescimento em 2016, projeta ministra Visitas: 153

A agropecuária brasileira deve terminar 2015 com expansão de 2%, segundo a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “A nossa perspectiva para 2016 é crescer de 1,5% a 2% novamente”, disse, em entrevista ao Jornal de Tocantins. Ela também destacou os ganhos de produtividade do setor (aumento da produção em uma área de tamanho igual por meio do emprego de tecnologia). Ao diário tocantinense, Kátia Abreu falou ainda sobre desenvolvimento da região do Matopiba – formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, regularização fundiária e desmatamento.

INVESTIMENTOS

“Este ano, ainda estamos em ritmo de crescimento. Terminaremos o ano crescendo 2%, diferente de outros setores. A nossa perspectiva para 2016 é crescer de 1,5% a 2% novamente. Estes são indicadores e análises dos Estados Unidos e nós esperamos um crescimento de produtividade maior do que isso. É crescer 2% em área ou em produção, através não só da ampliação de área, mas também pelo aumento da produtividade no mesmo espaço de chão. O fato dos produtores, este ano, terem recuado na procura de crédito de investimento, eu aplaudo, pois em época de crise não é momento de fazer grandes investimentos. As pessoas ficam mais cautelosas. Nos últimos quatro anos do governo da presidente Dilma, foram financiadas 300 mil máquinas, 60 mil por ano. No governo Lula, foram 30 mil máquinas/ano. Então, nossos produtores estão bem abastecidos de maquinários e no ano que vem esperamos que melhore a economia e que possamos ver a retomada dos investimentos em máquinas e implementos agrícolas.”

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

“Nós estamos trabalhando duramente nisto. Porque se eu pudesse fazer uma lista do que é importante para um estado e um país se desenvolver, colocaria a regularização fundiária. Não adianta ter estrada se eu não tenho produção para passar nas estradas. A regularização fundiária significa direito de propriedade, segurança jurídica e investimento. Aqui, nós estamos trabalhando com a SPU, através do Ministério do Planejamento, para encontrarmos uma solução e fazermos uma experiência no Bico do Papagaio, no sul do Maranhão e no sul do Pará. Essas áreas já estão mapeadas.”

DESMATAMENTO

“O que eu disse, na verdade, não foi um estímulo ao desmatamento. O que eu disse, na entrevista coletiva, é que utopia seria produzir sem ter desmatado. Então, nós não desmatamos para jogar terras ao vento, nós tratamos este assunto com seriedade. Então, eu disse que fazer agricultura sem desmate é uma utopia, porque eu não consigo plantar em cima das árvores, não consigo criar gado no meio da floresta. Qual era a opção então? Era não plantar nada? Era não sermos produtores de alimentos? Todos sabemos que o agronegócio é o segmento que está segurando o emprego e a balança comercial brasileira. Não estava incentivando desmatamentos no futuro, nem desmatamento ilegal. Outro ponto importante que tem que ser considerado – e eu não quero tratar este assunto com hipocrisia – é que o antigo e o atual Código Florestal Brasileiro permitem o desmatamento em certas áreas com licenciamento. Então, eu defendo a legalidade e que nós possamos estimular os produtores a tirar tudo da terra que já está desmatada para que possamos aproveitá-la da melhor forma possível.”

MATOPIBA

“O Tocantins teve duas grandes oportunidades. A primeira foi durante sua criação, onde nós tivemos toda uma condição, uma energia muito positiva de mudança de patamar, de mudança de vida, de mudança de realidade. E agora estamos tendo a segunda oportunidade – e talvez a última tão significativa para que esse boom aconte ça. Não é para a ministra, é para o governo brasileiro. Nós temos 73 milhões de hectares nos quatro estados, sendo que 35 milhões de hectares são agricultáveis. Aí você poderia me perguntar: “como é que eu sei se isso é muito ou pouco?” É só você lembrar que toda a produção de grãos do Brasil é produzida em 50 milhões de hectares. Você também poderia me perguntar: “vai haver desmatamento ilegal?” Não! Nós não estamos apoiando isso, nós estamos incentivando e aguardando que as áreas degradadas de pecuária possam ser transformadas em agricultura. Outro ponto importante: dos cinco maiores rios do Brasil, dois estão no Matopiba, que são o Araguaia e o Tocantins. Se nós fizermos a irrigação, nós teremos uma grande área no Tocantins, no Matopiba irrigável. Nosso objetivo, então, é que a última fronteira agrícola do país e do mundo seja tratada de forma adequada, como as outras não foram. No Matopiba, nós queremos corrigir esta distorção.”

 

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